Os tais mestres
Sabem, eu já estou no mundo das artes marciais há um tempo, e já pude perceber muito charlatanismo e “sem-vergonhismo” neste meio. Não falo só de kung-fú, mas em todas as modalidades. No karatê mesmo, eu já vi muita coisa feia, como num campeonato em que meu irmão participou, lá todos percebemos um competidor vencer por ser irmão de um dos juízes. E foi nítido.
As instituições, confederações e sua busca por dinheiro também são terríveis. Porém eu acredito que existem coisas muito mais preocupantes, como o local onde você treina. Se você treina em um local de confiança, tem um professor de confiança, que se danem essas confederações e toda a sujeira por trás de campeonatos.
Eu conheço muitas histórias de pessoas que não completaram os treinos, compram uma faixa preta e saem dando aulas por aí. E tem umas que até se tornam grandes redes e o mestre se diz o mais graduado no estilo, sendo que é (supostamente) do 5ºThuan, e meu professor no mesmo estilo é do 8ºThuan, e comprovadamente.
Recentemente eu encontrei este relado abaixo em um fórum de discussão de um suposto mestre chinês em relação às artes marciais chinesas no Brasil, e achei muito interessante.
"...Se complica porque estes individuos que aprenderam "pouco mais do que o básico", futuramente terão seus próprios alunos, e certamente não irão admitir publicamente que o que sabem é "pouco mais do que o básico". Neste tipo de situação o professor, mesmo sem estar qualificado, passará a ensinar, mas enfrentara um sério problema - falta de conhecimento profundo. Este é um problema comumente visto no mundo marcial, seja no Brasil ou seja em outros paises. O professor sabe que tem pouco e sente que o pouco que tem não lhe permite autonomia, no sentido de que o que tem não é sufuciente para caracterizar-se como "sistema marcial" - e somente o básico de um sistema marcial. Desta forma, sabendo que ha lacunas a preencher, o professor tem que buscar preencher estas lacunas de alguma forma, e ai começam as misturas de estilos. Começa também a invenção de técnicas por partes do professor para preencher lacunas que ele sabe existir, mas os alunos não. Com o passar do tempo, tendo preenchido as tais lacunas da forma como pode, o professor passa então o sistema adiante, sem que seus alunos sequer desconfiem que o que tem, o que entendem como o "sistema", nada mais e do que o básico do sistema que eles, erroneamente, pensam estudar ou saber. No exemplo acima, geração após geração este sistema incompleto que tem pouco mais do que o básico passa a ser considerado como o "real", enquanto o sistema real de fato, passa com o tempo a tornar-se desconhecido pela maioria. Acontece então uma inversão de valores e por vezes o irreal torna-se aos olhos da maioria, real, e o real passa a ser irreal, quase como que uma lenda, algo do que houve-se falar mas não se tem muita ideia sobre...."
Se o relato acima for correto, qualquer cuidado é pouco quando procurar um local para treinar, ninguém pode estar tão seguro, por isso, lembre-se do que deve vir de dentro de você.
Agora, se você é um desses que só quer dizer que pratica alguma coisa, escolha uma dessas de grandes nomes, que você vai impressionar mais e vai sofrer menos.
Xei xei
As instituições, confederações e sua busca por dinheiro também são terríveis. Porém eu acredito que existem coisas muito mais preocupantes, como o local onde você treina. Se você treina em um local de confiança, tem um professor de confiança, que se danem essas confederações e toda a sujeira por trás de campeonatos.
Eu conheço muitas histórias de pessoas que não completaram os treinos, compram uma faixa preta e saem dando aulas por aí. E tem umas que até se tornam grandes redes e o mestre se diz o mais graduado no estilo, sendo que é (supostamente) do 5ºThuan, e meu professor no mesmo estilo é do 8ºThuan, e comprovadamente.
Recentemente eu encontrei este relado abaixo em um fórum de discussão de um suposto mestre chinês em relação às artes marciais chinesas no Brasil, e achei muito interessante.
"...Se complica porque estes individuos que aprenderam "pouco mais do que o básico", futuramente terão seus próprios alunos, e certamente não irão admitir publicamente que o que sabem é "pouco mais do que o básico". Neste tipo de situação o professor, mesmo sem estar qualificado, passará a ensinar, mas enfrentara um sério problema - falta de conhecimento profundo. Este é um problema comumente visto no mundo marcial, seja no Brasil ou seja em outros paises. O professor sabe que tem pouco e sente que o pouco que tem não lhe permite autonomia, no sentido de que o que tem não é sufuciente para caracterizar-se como "sistema marcial" - e somente o básico de um sistema marcial. Desta forma, sabendo que ha lacunas a preencher, o professor tem que buscar preencher estas lacunas de alguma forma, e ai começam as misturas de estilos. Começa também a invenção de técnicas por partes do professor para preencher lacunas que ele sabe existir, mas os alunos não. Com o passar do tempo, tendo preenchido as tais lacunas da forma como pode, o professor passa então o sistema adiante, sem que seus alunos sequer desconfiem que o que tem, o que entendem como o "sistema", nada mais e do que o básico do sistema que eles, erroneamente, pensam estudar ou saber. No exemplo acima, geração após geração este sistema incompleto que tem pouco mais do que o básico passa a ser considerado como o "real", enquanto o sistema real de fato, passa com o tempo a tornar-se desconhecido pela maioria. Acontece então uma inversão de valores e por vezes o irreal torna-se aos olhos da maioria, real, e o real passa a ser irreal, quase como que uma lenda, algo do que houve-se falar mas não se tem muita ideia sobre...."
Se o relato acima for correto, qualquer cuidado é pouco quando procurar um local para treinar, ninguém pode estar tão seguro, por isso, lembre-se do que deve vir de dentro de você.
Agora, se você é um desses que só quer dizer que pratica alguma coisa, escolha uma dessas de grandes nomes, que você vai impressionar mais e vai sofrer menos.
Xei xei